quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Controle de natalidade (português brasileiro) ou controlo de natalidade (português europeu) ou ainda contracepção é o regime de uma ou mais ações, dispositivos ou medicamentos de modo a prevenir ou reduzir a propensão de uma mulher se tornar grávida ou dar à luz. Estas ações, também conhecidas como métodos anticoncepcionais, são fundamentais hoje em dia para o planejamento familiar.
O controle de natalidade é um assunto politicamente e eticamente controverso em muitas culturas e religiões, e embora seja menos controverso que o aborto especificamente, ainda enfrenta a oposição de muitas pessoas. Existem vários graus de oposição, incluindo aqueles que são contra todas as formas de controle de nascimento que não usam a abstinência sexual; aqueles que são contra todas as formas de controle de nascimento que eles consideram "não-naturais", enquanto permitem o controle de natalidade natural; e aqueles que apoiam a maioria das formas de controle de natalidade que previnem a fertilização, mas são contrários a qualquer método de controle de natalidade que previna que umembrião fertilizado se fixe no útero e inicie a gravidez.

Contracepção e superpopulação

A contracepção é defendida por alguns grupos como modo de controle doaquecimento global e superpopulação. A população humana já se aproxima das sete bilhões de pessoas e por conseguinte estes grupos acreditam que há a necessidade de planejamento familiar para controlar a explosão demográfica, desta forma diminuindo a devastação e esgotamento dos recursos naturais do meio ambiente. Mais habitantes no mundo causariam níveis mais elevados de emissão de CO2, que alterariam a composição da atmosfera, desta forma aumentando o aquecimento global.
Um destes grupos afirma que é muito mais fácil, rápido e barato distribuirpreservativos para as pessoas do que tentar controlar a emissão de CO2 através das estratégias atuais, cujo custo é muito mais elevado.[1]

Contracepção e aborto

Geralmente acredita-se que a contracepção se diferencia do aborto por não possibilitar o início da gravidez, ou seja, o surgimento de um novo ser com vida. Não há consenso sobre qual seria o momento a partir do qual a vida humana deveria começar a ser protegida, o que leva a um complexo debate ético e religioso, já que a inviabilização da fecundação, de acordo algumas ideias, como no catolicismo, pode ser definida como ato condenável, assim como o aborto. A origem deste debate, é o fato de diferentes grupos utilizarem seus próprios argumentos para definir o momento em que a vida deve começar a ser protegida, ou quando "se inicia":
  • Fecundação - é o momento em que o espermatozóide e o óvulo se unem, completando a carga genética necessária ao desenvolvimento do embrião;
  • Nidação - é o momento em que o zigoto (óvulo fecundado) se fixa aoendométrio (parede do útero) e é o momento geralmente tomado como referência em Medicina para distinguir o limite entre contracepção e aborto;
  • Duas semanas - é o momento do início da formação do sistema nervoso, sendo utilizado como referência ao início da vida por uma analogia oposta à definição de morte, que seria a perda irreversível do funcionamento do cérebro;
  • Seis semanas - é o momento em que surgem as primeiras células do sistema sanguíneo, que definiriam na Bíblia o início da vida (Levítico17:11 "Porque a vida da carne está no sangue");
  • Vinte e seis semanas - é o período em que se inicia a atividade cerebral no feto, critério análogo ao da morte cerebral.
A discórdia entre estes grupos faz com que medicamentos que são considerados pelos governos dos países como contraceptivos (como os contraceptivos de emergência, a "pílula do dia seguinte") sejam considerados por uma parcela da população como medicamentos abortivos.
Em um levantamento[2] realizado pelo governo federal do Brasil, no qual foram ouvidas 2,1 mil pessoas em 131 municípios de 25 estados de todas as regiões do país, 91% dos entrevistados consideraram positivo oferecer métodos anticoncepcionais nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas 3% dos entrevistados acharam isso negativo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário